Como fazer um projeto sustentável?
Este artigo vai lhe explicar como este conceito de sustentabilidade se aplica a arquitetura e de que formas práticas se pode implementar estes produtos e sistemas na sua casa de forma a gerar uma economia futura e um consumo consciente!
O conceito de arquitetura sustentável nasceu da necessidade de se preservar o meio ambiente, ou de se agredi-lo o mínimo possível, até porque qualquer construção traz impactos no meio, o objetivo seria reduzir esses danos e tentar fazer uma compensação. A Arquitetura Sustentável seria portanto a utilização dos recursos naturais do planeta para atender as necessidades de sobrevivência do homem, mas ao mesmo tempo preservando o planeta para gerações futuras, através de atitudes sustentadas por um tripé: soluções socialmente justas, ecologicamente corretas e economicamente viáveis.
É importante salientar que não necessariamente essas medidas vão custar mais caro, principalmente quando adotadas durante a fase de concepção de projeto. O trabalho do arquiteto neste contexto é importante pois é na fase do projeto que vão ser definidas todas as estratégias e medidas. Ainda que o preço de implementação seja cerca de 5% maior do que de um edifício convencional, sua utilização pode representar uma economia de 30% de recursos durante a utilização do imóvel.
Essa Arquitetura ecologicamente correta proporciona grande vantagem para seus consumidores. Afinal quem não quer ter uma casa saudável, com boa iluminação natural, termicamente confortável e que gaste menos água e energia?
Mas você pode estar se perguntado, que medidas são essas que devo adotar para conseguir uma casa sustentável? Bom para te ajudar de forma prática neste assunto separei essas medidas em duas áreas distintas: Escolha de Materiais ou Produtos e Projeto.
Escolha de Materiais ou Produtos
Mas o que seriam materiais ecologicamente corretos ou ecoprodutos? São artigos de origem artesanal ou industrializada, que sejam não poluentes, atóxicos, que tragam o menor prejuízo ao meio ambiente e nenhum prejuízo a saúde dos seres vivos. É importante verificar cuidadosamente a origem da matéria-prima exigindo certificados de proveniência de cada material. Abaixo segue uma listagem de alguns desses materiais e sua utilização:
- Fundação e estrutura – Usar cimento tipo CP-3 e RS32 ao invés de CP-2. Além do CP-3 ser 15% mais barato, sua composição utiliza entre 35% a 70% de resíduos do processo de produção do aço. É indicado para construções em regiões litorâneas. Sua fabricação permite economia no consumo de calcário e uma menor emissão de gás CO2.
- Argamassa- Este material é utilizado para assentamento de pisos, revestimentos cerâmicos e para rebocar a parede. Uma recomendação é utilizar cal pozolânica, que devido a sua composição mineral dispensa o processo de queima na sua produção economizando água.
- Esquadrias (janelas e portas) – As de madeira são mais indicadas pois consomem menos energia em sua fabricação em relação as de alumínio, e ainda melhora o conforto térmico, mas necessita de um tratamento adequado para resistir por mais tempo.
- Revestimentos – Quando se fala de revestimento não se trata apenas de pisos, mas também de tintas, vernizes, colas etc. O ideal é escolher produtos à base de água pois agridem menos o meio ambiente e a camada de ozônio. Já no que se refere ao pisos, cerâmicas e azulejos, opte por produtos que tenham certificado ISO 14001, o que significa que o fabricante adota medidas de controle sobre o sistema produtivo, evitando maiores impactos ecológico.
- Cobertura – Em lugares mais quentes e próximos ao mar utilize telhas de coloração mais clara. Vai esquentar menos a tua casa e ter uma melhor durabilidade.
- Luminárias de LED – Aparelho com duração de 15 anos sem manutenção. Seu raio luminoso é livre de UV e de calor. Gera uma economia que varia de 50% a 80% em relação a iluminação convencional.
- Válvula de descarga fluxo duplo – Usado em bacias sanitárias, possui acionamento separado com 6 litros para sólido e 3 litros para líquido.
- Madeira de reflorestamento – São madeiras de rápido crescimento e que são plantadas para uso na construção de móveis, edificações etc. Na nossa região podemos encontrar facilmente duas delas o bambu e o eucalipto.
- Aço inoxidável – É basicamente uma liga de ferro com alta resistência a oxidação atmosférica. Ainda que seja necessária muita energia para sua fabricação o inox é a opção mais sustentável para substituir os metais cromados, que geram um dos mais perigosos rejeitos conhecidos, ainda sem qualquer possibilidade de reuso.
- Arejadores – São utilizados nas torneiras. Basta rosquear os arejadores nos bicos das torneiras e pronto. Eles diminuem a quantidade despejada por minuto sem alterar a pressão da água. Tem-se a impressão que o fluxo de água não mudou.
Projeto
É fundamental se pensar em sustentabilidade nesta etapa. O arquiteto vai ajudar o cliente a achar as soluções adequadas para cada situação e se unir a outros profissionais para chegar a resultados satisfatórios. Estas informações devem estar bem claras no projeto para que sejam executadas a contento.
É importante também destacar que construções que já tiverem tais soluções implantadas serão cada vez mais valorizadas, visto que água e energia pesam cada vez mais no orçamento doméstico, e a sociedade está cada vez mais esclarecida que deve ter um consumo consciente. Vejamos alguns exemplos de sistemas que quando implantados geram economia e melhor qualidade de vida para seus usuários.
- Energia Solar – O aproveitamento de luz solar através do sistema de energia fotovoltaico é capaz de reduzir significativamente os gastos de energia e seu retorno varia entre 8% e 18% ao ano, com prazo de até 10 anos para recuperar o investimento. Em uma pequena casa de até duas pessoas custaria cerca de R$12 mil a R$ 18 mil reais. Tem que ser prevista a instalação do produto e a instalação da tubulação especial.
- Captação de água da chuva – É necessária a instalação de um sistema de calhas de captação da água da chuva e armazena-la em cisternas ou caixas dágua para a utilização em descargas de banheiro, lavanderia, irrigação de plantas, lavagem de carros, etc. Como funciona? As calhas recolhem a água das chuvas para tubos e em seguida ela passa para dois filtros: um gradeamento que segura a sujeira mais grossa, como folhas e pedras e depois uma tela que filtra a poeira. Em seguida a água é despejada em uma caixa dágua. Mas atenção a água não é potável! O aparelho de captação custa cerca de R$4 mil e a economia da água pode chegar a 60%.
- Ventilação – É de grande importância a boa definição por parte do arquiteto o estudo das correntes de ar para saber onde colocar as aberturas de forma que haja uma ventilação cruzada, ou seja uma ventilação que cruze a casa de uma abertura a outra. Este recurso reduz gastos com ar-condicionado e traz uma melhor qualidade de vida.
- Proteção térmica – O uso de manta de polietileno diminui o ganho de carga térmica, além de reduzir o acúmulo de calor. Essa manta é colocada no telhado. Uma manta de 10 metros custa cerca de R$38,00. Outra opção são as mantas isolantes de PET reciclado, a manta com espessura de 50mm, da Isosoft, sai por cerca de R$11,30 o m², sendo 30m² por embalagem.
- Muro verde – Pode ser pensado um muro com plantas e vegetação na área do quintal. Ele ajuda a diminuir o calor no local. As trepadeiras são um exemplo de plantas que contribuem neste sentido.
Se tiver alguma dúvida, terei prazer em lhe ajudar. Pode perguntar abaixo, ou enviar a pergunta no local de contato na página inicial do site!
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Abraço,
Álvaro Camiña
Nos vemos em breve!